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Reconstruções com o uso de biomateriais sintéticos

Por 26 de outubro de 2023 No Comments

A escolha dos sintéticos diminui os riscos de complicações e proporcionam maior sucesso nos procedimentos cirúrgicos de reconstruções intraósseas

Diagnosticar precocemente lesões intraósseas é um grande desafio. Clinicamente, as lesões possuem um curso lento e assintomático, podendo levar a sérias reabsorções ósseas com necessidade de procedimentos de reconstrução.

No caso clínico apresentado pelo Dr. Valfrido Antonio Pereira Filho , mestre e doutor em clínica odontológica e com ampla experiência em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial, o segredo para o sucesso foram os regenerativos sintéticos Plenum.

amplamente estudada e indicada para diferentes técnicas e graus de reconstruções. A partir dessa escolha, é eliminada a necessidade de um local doador secundário e possíveis complicações relacionadas.

O caso clínico foi realizado com a colaboração da sua equipe acadêmica composta por Natalia Garcia, Luiz Henrique Torres, Guilherme Trento e Marisa Aparecida Cabrini Gabrielli.

Paciente do gênero masculino, com 37 anos de idade, compareceu ao Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da FOAr-Unesp, para avaliação de uma lesão na maxila. No exame clínico, foi observado um aumento de volume com coloração normal e consistência amolecida na região palatina, e um aumento de volume na região do fundo do vestíbulo do mesmo lado com uma coloração arroxeada (Figura1).

Figura 1. Aspecto clínico da lesão.

O corpo clínico solicitou uma tomografia computadorizada, que revelou reabsorção do osso cortical vestibular e palatino na região, sugerindo uma hipótese diagnóstica de lesão cística (Figura 2).

Diante do diagnostico, foi utilizado um substituto ósseo cerâmico bifásico sintético, Plenum® Oss, com granulometria de 500-1000 µm, associado à membrana sintética reabsorvível de polidioxanona (PDO), Plenum® Guide, para reconstrução óssea maxilar após a descompressão e enucleação de um cisto odontogênico inflamatório periapical.

Figura 2. Tomografia computadorizada da lesão mostrando a reabsorção óssea e destruição do osso cortical na reconstrução 3D, corte axial e corte sagital.

Os dentes da região foram submetidos ao tratamento endodôntico antes da descompressão cística. Foi realizada uma biópsia incisional para a validação da hipótese diagnóstica e instalação de um dispositivo de descompressão com sutura em nylon 4-0 (Figura 3). Foram realizadas irrigações periódicas com solução salina a 0,9% em regime ambulatorial, e o paciente foi orientado a fazer o mesmo procedimento em casa, três vezes ao dia. O primeiro período de acompanhamento foi de 7 dias. Após isso, a cada duas semanas, até completar 30 dias, e, posteriomente, a remoção do dreno.

Figura 3. Instalação do dispositivo de descompressão de polietileno e fixação com fio de nylon.

Após um acompanhamento de 7 meses, as imagens tomográficas evidenciaram diminiução da cavidade, devido a neoformação óssea (Figura 4). Então, sob anestesia local, foi realizada uma incisão trapezoidal seguida de descolamento mucoperiosteal, ostectomia, curetagem da lesão cística e apicectomia (Figura 5).

Figura 4. Cortes axiais e sagitais mostrando a redução da cavidade da lesão cística.

Figura 5. Abertura do retalho, descolamento mucoperisteal e limpeza da cavidade.

Após a limpeza minuciosa da cavidade, o Plenum® Oss, misturado com fibrina rica em plaquetas e leucócitos (I-PRF), foi posicionado e compactado dentro do defeito (Figura 6). Duas membranas reabsorvíveis de PDO, Plenum® Guide, foram fixadas com tachinhas de titânio, tanto na região vestibular quanto palatina, a fim de obter uma barreira biológica e proteger o enxerto (Figura 7). O procedimento foi finalizado com o reposicionamento do retalho e sutura para fixação dos tecidos (Figura 8).

Figura 6. Aspecto inicial do Plenum® Oss, hidratação com I-PRF e compactação dentro do defeito ósseo.

Figura 7. Plenum® Guide fixada com tachinhas de titânium sobre o osso maxilar na região vestibular e palatina.

Figura 8. Sutura para reposicionamento do retalho com fio de nylon 4-0.

Sete dias depois, o paciente compareceu sem queixas de dor e sem sinais e sintomas de infecção. No exame intrabucal, a mucosa estava hidratada e com coloração normal, com boa aparência cicatricial e edema leve, compatível com manipulação de tecido (Figura 9). Dez meses após a cirurgia, o exame de imagem mostrou uma reparação completa do defeito (Figura 10).

Figura 9.  Aspecto pós operatório mostrando a saúde dos tecidos na região vestibular e palatina

Figura 10. Tomografia computadorizada realizada após 10 meses. Cortes axiais, sagitais e reconstrução 3D, evidenciando a completa integração óssea e estabilidade dimensional do Plenum Oss®

Conclusão

Fica evidenciado que os regenerativos sintéticos são uma excelente escolha para reabilitações, desde as pequenas até as mais extensas. É importante fazer a descontaminação do leito cirúrgico, antes da aplicação dos biomateriais.

Atente-se sempre às peculiaridades e indicações de uso para que se consiga obter a melhor experiência para o seu paciente.

Precisa tirar dúvidas sobre seu caso clínico? Entre em contato com nosso departamento de educação clínica, clicando aqui.

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