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Enxertos Ósseos

Reabilitação bucal com regenerativos sintéticos e técnica de PRF

Por 14 de dezembro de 2023 No Comments

Defeitos ósseos significativos são comumente identificados durante consultas odontológicas. Essas imperfeições não apenas impactam a fala e a mastigação, mas também podem acarretar danos estéticos significativos para o paciente.

A precisão no diagnóstico e a formulação de um plano de tratamento adequado são essenciais para alcançar o sucesso em procedimentos de reabilitação e mais ainda, nos que envolvem processos de regeneração. Para a resolução deste caso, foi optado pelo uso dos regeneradores sintéticos que além de serem minuciosamente estudados e recomendados em diversas técnicas e níveis de reconstrução, eliminam a necessidade de um local doador secundário e contribuem para a redução do nível de inflamação pós-operatória, melhorando a satisfação do paciente e minimizando possíveis complicações relacionadas ao procedimento.

Neste caso relatado, a paciente procurou atendimento em busca de uma solução reabilitadora, apresentando um histórico de perda de múltiplos elementos dentários a cerca de 10 anos. Durante consultas com outros profissionais, foi orientada a submeter-se à exodontia completa dos dentes remanescentes, seguida da instalação de uma prótese total implanto suportada. Após uma análise clínica (Figura 1) e radiográfica aprofundada (Figura 2), foi observado que com o devido cuidado, tratamento e escolha dos biomateriais corretos, seria possível preservar a maioria dos dentes naturais da paciente. No entanto, haveria um desafio significativo na recuperação do volume ósseo perdido na área desprovida de dentes.

Figura 1. Exame clínico da paciente evidenciando a perda óssea horizontal e vertical da paciente

Figura 2. Tomografia inicial para diagnóstico e planejamento do caso

O tratamento reabilitador iniciou com realização da exodontia do elemento 16 e vedação do alvéolo com uma membrana não absorvível. Após 45 dias foi realizado o levantamento de seio maxilar na região dos dentes 15 e 16 e enxerto visando ganho de altura e volume na região dos dentes 14 e 11 (Figura 3). Para estes procedimentos, foram utilizados 2g de Plenum® Osshp 250 – 500 µm. Ainda, para potencializar os resultados com o Plenum® Osshp e aproveitar ao máximo a sua porosidade interconectada, ele foi associado ao PRF (Plasma Rico em Fibrina) e compactado no leito cirúrgico (Figura 4). Não foi utilizado enxerto de osso autógeno na realização destas etapas.

Figura 3. Levantamento de seio maxilar e aumento ósseo vertical e horizontal com Plenum® Osshp. A) Abertura e preparo do leito receptor do enxerto ósseo. B) Inserção do enxerto ósseo

  • A
  • B

Figura 4. Plenum® Osshp hidratado com PRF.

Toda a área enxertada foi coberta com Plenum® Guide (membrana absorvível), de 0,5mm de espessura, nas dimensões de 30x40mm, e fixadas com auxílio de tachinhas (Figura 5). Para fechar o retalho e recobrir a membrana, foram realizadas suturas colchoeiro e contínua festonada (Figura 6).

Figura 5. Plenum® Guide fixada com tachinha recobrindo as áreas de enxerto ósseo.

Figura 6. Tecido reposicionado e perfeitamente suturado

Após 120 dias, foi realizada uma nova intervenção, dessa vez, um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial na região dos dentes 13 e 14, visando obter um aumento de volume vertical e horizontal (Figura 7).

Figura 7. Enxerto de tecido conjuntivo.

Após a sua cicatrização, o resultado foi bastante satisfatório e se obteve uma melhoria na qualidade do tecido mole da região (Figura 8).

Figura 8. Aspecto clínico após a realização do enxerto ósseo e enxerto gengival.

Com 7 meses após o enxerto ósseo, foram instalados os implantes e posicionados para confecção de uma prótese fixa implanto suportada. Ao total foram instalados quatro Implantes Plenum®. Os implantes, como os da Plenum®, possuem superfície produzida por manufatura aditiva e conseguem promover até o dobro de contato entre osso e implante (LANG N.P., et al. 2022) (Imagem 9).

Imagem 9. Pinos de paralelismo posicionados e implantes devidamente instalados.

Foi aguardado um período de 6 meses após a instalação dos implantes para proceder com a sua reabertura. Na mesma sessão, foi realizado o aumento de coroa clínica dos elementos remanescentes (do dente 21 ao 25) para viabilizar a reabilitação da estética dental (Figura 10).

Figura 10. Aumento de coroa clínica dos dentes remanescentes.

Com 45 dias após a reabertura, foram instalados os provisórios e, após 45 dias, foram instaladas as coroas e a prótese definitiva que foi fixada sobre 4 Mini Pilares RE 4,8x3mm, obtendo um selamento perfeito entre implante e componente (Figura 11).

Figura 11. Aspecto clínico final, após a instalação da prótese e das coroas nos dentes remanescentes.

Figura 12. Imagem radiográfica obtida ao final do tratamento.

Conclusão

Este caso foi realizado com o objetivo de entregar uma solução estética e funcional, que mesmo com intervenções cirúrgicas, optou-se por uma odontologia conservadora, visando preservar ao máximo os dentes remanescentes da paciente. O grande desafio foi obter aumento do volume ósseo vertical e horizontal para fornecer uma prótese com o máximo de naturalidade, e foi vencido com êxito.

Regenerativos sintéticos são uma excelente escolha para reabilitações, desde as pequenas até as mais extensas. Para o sucesso deste caso, foi essencial o correto planejamento, a escolha dos materiais ideais e o seu correto manuseio. É de suma importância que o cirurgião-dentista se atente às peculiaridades e indicações de uso, para que se consiga obter a melhor experiência para o seu paciente.

O caso apresentado possui um acompanhamento de 30 meses para o enxerto ósseo, 22 meses para os implantes e 13 meses para a instalação das próteses.

Este caso foi realizado pelo Dr. Estevan Scherer, Especialista em Implantodontia e Periodontia, e pelo Dr. Tiago Scherer, Especialista e Mestre em Prótese Dentária.

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